Brasil veta entrada da Venezuela no Brics

Date: Oct 23, 2024
Image title: CARACAS, VENEZUELA - AUGUST 17: Incumbent President of Venezuela Nicolás Maduro looks forward during the 'Gran Marcha Mundial por la Paz' supporting incumbent president Maduro on August 17, 2024 in Caracas, Venezuela. President Maduro was declared as the winner of the 2024 presidential election over his rival, Edmundo Gonzalez. The result has been questioned by the opposition and internationally. According to the opposition leader Maria Corina Machado, the result announced by the 'Consejo Nacional Electoral' (CNE) does not reflect the decision made by the Venezuelans during the election. (Photo by Alfredo Lasry R/Getty Images)
Image credit: Alfredo Lasry R - 2024 Getty Images
Link: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2024/10/veto-do-brasil-mantem-venezuela-fora-de-parceria-com-o-brics.shtml

Durante a série de reuniões do Brics em Kazan, na Rússia, representantes dos países fundadores - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - decidiram não incluir a Venezuela na lista de nações que devem passar a apoiar o bloco. O presidente Lula, que não pôde comparecer devido a um acidente doméstico, orientou pessoalmente a delegação brasileira a se opor à entrada de Nicolás Maduro no Brics.


Entre os países discutidos para a expansão do bloco estavam Venezuela e Nicarágua, porém, o Brasil expressou firmemente seu veto à Nicarágua devido às ações do ditador Daniel Ortega, que expulsou o diplomata brasileiro e passou a perseguir religiosos e opositores. Quanto à Venezuela, as restrições foram baseadas em motivos práticos, considerando o rompimento de Maduro com diversos países sul-americanos e ataques ao Brasil.


A diplomacia brasileira obteve sucesso ao ver suas restrições sendo aceitas pelas demais nações fundadoras do Brics, sem objeções por parte da Rússia de Vladimir Putin. A lista final de países parceiros, que inclui Cuba, Bolívia, Tailândia, Vietnã, Malásia, Indonésia, Belarus, Turquia, Nigéria, Uganda, Uzbequistão e Cazaquistão, foi fechada sem a presença da Venezuela.


Com a ausência de Lula na reunião, o chanceler Mauro Vieira representou o Brasil e participou das decisões referentes às adições ao bloco. O encontro marca a primeira reunião com a nova composição expandida do Brics, que foi impulsionado pela China. Ainda sem confirmação oficial, a exclusão da Venezuela, apesar das tentativas russas de expandir a lista de países escolhidos para 13 e da visita surpresa de Nicolás Maduro (foto) a Kazan, se configura como uma vitória da diplomacia brasileira.