Funeral de líder do Hamas tem protestos e ameaças contra Israel. Bomba foi acionada remotamente

Date: Aug 2, 2024
Image title: TEHRAN, IRAN - AUGUST 1: Iranian attend funeral ceremony, held for Hamas political chief Ismail Haniyeh, who was assassinated in Tehran, Iran on August 1, 2024 during a funeral procession for Ismail Haniyeh, the political leader of Hamas. Haniyeh, who had lived in Qatar, was killed in an airstrike in Tehran after attending the inauguration of Iran's new president. His body is due to return to Qatar for an official funeral and burial tomorrow. (Photo by Majid Saeedi/Getty Images)
Image credit: Majid Saeedi - 2024 Getty Images
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Nesta sexta-feira (2), em Doha, no Catar, o funeral de Ismail Haniyeh, chefe do Hamas morto na capital do Irã, foi marcado por protestos e ameaças de vingança a Israel.

A cerimônia foi realizada na Mesquita Imam Muhammad ibn Abd al-Wahhab, a mesquita nacional do Catar, e contou com a presença de Khaled Meshaal, que é apontado como o novo chefe do grupo terrorista, além de outros altos funcionários do Hamas e o emir do Catar, Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani.


O caixão de Haniyeh, envolto na bandeira palestina, foi carregado junto ao caixão de seu guarda-costas, que foi morto no mesmo ataque, pela mesquita. Ambos serão enterrados em um cemitério na cidade de Lusail, ao norte de Doha.


Durante o funeral, o alto funcionário do Hamas, Sami Abu Zuhri, concedeu uma declaração ameaçadora à agência Reuters por telefone, afirmando que Irã e Hamas acusam Israel de executar o assassinato e prometem retaliar o inimigo. Até o momento, o governo israelense não assumiu e nem negou a responsabilidade.


É importante ressaltar que, na quarta-feira, poucas horas antes de ser assassinado, Ismail Haniyeh dirigiu suas últimas palavras ao líder supremo iraniano, aiatolá Ruhollah Ali Khamenei, durante a transmissão televisiva da posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. O fato estabelece uma ligação entre o Irã e o Hamas, reforçando as acusações contra Israel.


Na quinta-feira (1º), outra cerimônia fúnebre foi realizada para Haniyeh em Teerã, no Irã, local onde ele foi morto. Essa cerimônia também foi marcada por protestos e promessas de vingança contra Israel.

Segundo uma investigação realizada pelo jornal americano The New York Times, o assassinato foi planejado com grande preparo, utilizando uma bomba secreta. Com base em depoimentos de autoridades do Oriente Médio, incluindo duas do Irã, e uma autoridade americana, o NYT descobriu que uma bomba havia sido implantada na casa de hóspedes em que Haniyeh estava hospedado cerca de dois meses antes de sua morte. A casa faz parte de um complexo conhecido como Neshat, localizado em um bairro de luxo no norte de Teerã e administrado pela Guarda Revolucionária iraniana.

O ataque ocorreu por volta das 2h da manhã de quarta-feira, quando a bomba foi detonada remotamente enquanto Ismail Haniyeh estava dentro de seu quarto. 


A morte de Ismail Haniyeh e as tensões resultantes acirram ainda mais o cenário político já conturbado na região, aumentando as preocupações com a escalada da violência.