Ansiedade e Parkinson: estudo revela risco duplo após os 50 anos

Date: Jul 1, 2024
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A relação entre o estado psicológico e as doenças neurodegenerativas tem sido objeto de estudo por muitos anos. Recentemente, pesquisadores da University College London (UCL), no Reino Unido, trouxeram à luz um novo aspecto dessa conexão: a ligação entre ansiedade e a doença de Parkinson. O estudo descobriu que pessoas com mais de 50 anos e que sofrem de ansiedade têm o dobro do risco de desenvolver Parkinson, uma condição degenerativa do cérebro que afeta movimentos e funções cognitivas.

O estudo analisou aproximadamente 1 milhão de pessoas com mais de 50 anos, observando os registros de cuidados primários do Reino Unido entre 2008 e 2018. Os pesquisadores compararam 109.435 pacientes que desenvolveram ansiedade após os 50 anos com 878.256 indivíduos sem o transtorno. Os resultados, publicados no British Journal of General Practice, indicam que a ansiedade de início recente em indivíduos mais velhos pode ser um indicador precoce do desenvolvimento de Parkinson.

A doença de Parkinson é caracterizada por sintomas motores, como tremores, lentidão de movimentos, rigidez e problemas de equilíbrio. Conforme a doença avança, sintomas não motores, como distúrbios do sono e depressão, tornam-se mais comuns. Estima-se que até 2040, 14,2 milhões de pessoas serão afetadas por essa doença neurodegenerativa.

O estudo destaca a necessidade de atenção à saúde mental de pacientes com mais de 50 anos, sugerindo que a ansiedade pode não apenas ser um sintoma precoce de Parkinson, mas também um fator de risco. Isso implica a necessidade de estratégias de rastreamento e intervenção precoce para ansiedade nessa faixa etária.

A ansiedade é uma condição psíquica caracterizada por preocupação constante e pode levar a crises que causam grande desconforto e insegurança. A condição é agravada por eventos estressantes e pode afetar a vida pessoal e profissional do indivíduo. No Brasil, conhecido por ter altas taxas de ansiedade, a pandemia da Covid-19 exacerbou ainda mais essa situação.

 A pesquisa também abre portas para novas abordagens no tratamento e na prevenção da doença, evidenciando a necessidade de cuidados integrados entre saúde mental e física.