Anderson Torres teria falsificado passagem de avião para justificar ausência

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, está sendo investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por supostamente ter falsificado um bilhete de passagem para Orlando, nos Estados Unidos, a fim de justificar sua ausência no dia 8 de janeiro de 2023. A PGR levantou a suspeita de que Torres teria forjado a viagem para se afastar durante os atos antidemocráticos ocorridos na mesma época.

Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que entregou o parecer final da investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF), Torres teria adquirido a passagem em novembro de 2022, mas não apresentou comprovantes ou o bilhete aéreo físico. A companhia aérea Gol Linhas Aéreas S.A. informou que o localizador fornecido por Torres não condizia com seus dados e não identificou voos para Orlando em nome do acusado.

A PGR considerou que a apresentação de uma passagem aérea válida não seria suficiente para justificar as omissões do ex-secretário, que estaria ciente da gravidade dos eventos que estavam por vir. A falta de veracidade na viagem de Torres colocou em xeque sua versão de que as férias já estavam programadas desde antes, indicando uma possível estratégia de afastamento e conivência com ações violentas.

Anderson Torres assumiu o cargo na SSP-DF no início de janeiro de 2023 e, segundo registros, teria saído de férias a partir do dia 9. As férias foram concedidas por Jair Bolsonaro, então presidente, no final de dezembro de 2022. O atual governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, afirmou ter sido surpreendido com a viagem de Torres, o que gerou uma quebra de confiança e culminou em sua exoneração do cargo de secretário de Segurança Pública.