Mortes causadas por PMs dobram em São Paulo em 2024

A Polícia Militar de São Paulo chocou a população ao revelar que matou 676 pessoas nos primeiros dez meses deste ano, uma média de uma pessoa a cada dez horas. Esses dados alarmantes representam mais que o dobro do número de casos registrados em 2022, antes da gestão de Tarcísio de Freitas. Em comparação com o mesmo período do ano passado, primeiro ano da gestão de Tarcísio, houve um aumento significativo, com 407 mortes. Essa alta letalidade policial tem motivado ação do Ministério Público, que emitiu uma notificação à corporação solicitando a aplicação de normativas para reduzir os erros, abusos e, por consequência, a letalidade policial.

A Promotoria encaminhou um documento com recomendações à PM de São Paulo, exigindo a atualização dos procedimentos em abordagens policiais visando a redução desses índices alarmantes. Após questionamentos, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo ainda não se pronunciou sobre possíveis medidas para diminuir a violência policial no estado. Enquanto isso, o governador Tarcísio de Freitas descartou a possibilidade de demitir o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, ressaltando que estão sendo feitos esforços para garantir a segurança da população.

Os recentes episódios de violência policial em São Paulo têm gerado grande repercussão nos meios de comunicação e na sociedade em geral. Relatos de agressões e espancamentos por parte de agentes da Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam) têm se tornado cada vez mais frequentes, como nos casos em que um policial foi filmado agredindo um motociclista na zona norte da capital paulista. Outra perseguição da Rocam resultou no jovem sendo jogado de uma ponte, o que causou indignação e levou ao afastamento de 13 policiais envolvidos na ocorrência.

Diante desse cenário de violência policial crescente, entidades de direitos humanos têm expressado preocupação com a possibilidade de impunidade frente aos abusos cometidos. A criação de uma ouvidoria própria da SSP é vista com desconfiança por essas organizações, temendo que ela possa contribuir para a impunidade dos agentes policiais envolvidos em casos de violência.