Israel bombardeia Rafah mesmo após determinação da Corte Internacional de Justiça

Date: May 25, 2024
Image title: SOUTHERN ISRAEL, ISRAEL - MAY 24: Smoke rises over the Gaza Strip after an Israeli bombardment on May 24, 2024 in Southern Israel, Israel. Negotiations over a ceasefire deal that would halt the war in Gaza are once again stalled, while Israel appears to be preparing for an expanded ground offensive around Rafah, despite international concern.(Photo by Amir Levy/Getty Images)
Image credit: Amir Levy - 2024 Getty Images
Link: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/05/25/israel-ignora-decisao-da-corte-internacional-de-justica-e-bombardeia-rafah-no-sul-de-gaza.ghtml

No dia seguinte à decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ) de exigir o cessar-fogo imediato de todas as operações militares israelenses na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, o governo israelense desobedeceu à ordem e realizou novos ataques na região. A fumaça preta foi capturada por câmeras em diversos pontos da cidade.

A CIJ é o tribunal mais alto da Organização das Nações Unidas (ONU) para resolver disputas entre Estados. Na sexta-feira (24), a corte determinou não apenas o fim das operações em Rafah, mas também a permissão para a entrada de ajuda humanitária na região.



Embora a corte não possua força policial para garantir o cumprimento das decisões, elas são consideradas obrigatórias para os Estados envolvidos. No entanto, desde a decisão da CIJ, Israel evidenciou sua recusa em mudar sua postura e continuará com os ataques. O país afirmou que respeitará o direito internacional enquanto continuar sua operação na cidade.



O ministro israelense das Finanças, Bezalel Smotrich, classificou a ordem de cessar os ataques como uma "demanda para que Israel não exista". A sentença da CIJ foi resultado de um pedido com caráter emergencial apresentado pelo governo da África do Sul ao tribunal sediado em Haia, na Holanda. O governo sul-africano acusa as forças israelenses de genocídio, uma acusação negada por Israel, que se defende afirmando ser legítima defesa.  



O líder da oposição israelense, Yair Lapid, criticou duramente a medida da CIJ, chamando-a de "colapso moral e um desastre moral" por não incluir a devolução de todos os reféns pelo Hamas.





Em decisões anteriores, a corte ordenou à Israel que evitasse atos genocidas contra os palestinos e não obstruísse o fluxo de ajuda para Gaza. No entanto, não havia exigido suspensão das operações militares israelenses.



A ofensiva israelense na Faixa de Gaza foi iniciada em outubro, após militantes liderados pelo Hamas invadirem comunidades do sul do país, resultando na morte de 1.200 pessoas e na captura de mais de 250 reféns. Desde então, mais de 35 mil palestinos, na maioria civis localizados na Faixa de Gaza, foram mortos durante a ofensiva israelense, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.