Kremlin condena discurso de Macron sobre ameaça russa à Europa

Date: Mar 6, 2025
Image title: RIO DE JANEIRO, BRAZIL - NOVEMBER 18: Emmanuel Macron president of France looks on during the first working session as part of the G20 Summit 2024 at Museu de Arte Moderna on November 18, 2024 in Rio de Janeiro, Brazil. The 2024 G20 Summit takes place in Brazil for the first time. The event gathers leaders of the most important economies. Starvation, sustainable development and social inclusion are some of the issues to be during the summit. (Photo by Buda Mendes/Getty Images)
Image credit: Buda Mendes - 2024 Getty Images
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O Kremlin criticou veementemente o discurso do presidente francês, Emmanuel Macron, no qual classificou a Rússia como uma ameaça à Europa e mencionou a possibilidade de Paris estender sua proteção nuclear a outros países. Segundo Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, as declarações de Macron foram consideradas agressivas e representam uma ameaça à Rússia. O líder francês omitiu, de acordo com Peskov, informações cruciais sobre as preocupações russas com a expansão da Otan para o leste europeu. Além disso, Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, chamou Macron de "charlatão" e afirmou que suas declarações estão desconectadas da realidade.

Durante seu pronunciamento à nação, Macron defendeu a união dos países europeus em apoio à Ucrânia e expressou sua disposição em fornecer armas e, caso necessário, enviar tropas para garantir a implementação de um eventual acordo de paz. O presidente francês também mencionou planos para uma reunião com líderes militares de nações europeias que estariam dispostas a contribuir com tropas para a Ucrânia após um acordo de paz com a Rússia. Macron ainda criticou a postura de Trump em relação a Moscou e suas medidas tarifárias contra aliados, como o Canadá, afirmando que seu país está preparado para utilizar seu arsenal nuclear como estratégia de dissuasão diante de um possível expansionismo russo.

Desde a saída do Reino Unido da União Europeia, a França é o único país dentro do bloco com capacidade de arsenal nuclear. Macron destacou que a decisão de utilizar ou não armas nucleares permanecerá sob sua autoridade como presidente e chefe das Forças Armadas. O presidente francês ressaltou o chamado do futuro chanceler alemão, Friedrich Merz, para uma discussão estratégica sobre a proteção dos aliados europeus por meio da dissuasão nuclear, reforçando a importância de manter a segurança e a estabilidade na região.