Lula assume comando do Mercosul com foco na assinatura de acordo com União Europeia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o comando do Mercosul durante a 66ª cúpula dos chefes de Estado do bloco, realizada nessa quinta-feira (3). Lula recebeu a liderança do bloco sul-americano das mãos do presidente da Argentina, Javier Milei. O Mercosul é composto por Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai.

O principal objetivo da gestão de Lula à frente do Mercosul é a assinatura do acordo comercial com a União Europeia. As negociações desse tratado vêm acontecendo há mais de duas décadas e têm potencial para se tornar um dos maiores acordos comerciais do mundo. Com um total de 722 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) conjunto de aproximadamente US$ 22 trilhões, a união entre a União Europeia e o Mercosul representa uma força significativa no cenário econômico internacional.

Além do acordo com a União Europeia, Lula também manifestou interesse em realizar a assinatura do tratado com a EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio), composta por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein. As negociações desse segundo acordo foram concluídas recentemente, aumentando as expectativas para a criação de uma das maiores áreas de livre comércio do mundo.

Fontes do Ministério das Relações Exteriores afirmam que há poucas pendências para a concretização dos tratados, permitindo a possibilidade de assinatura até o final deste ano. Apesar disso, especialistas consultados pela reportagem são mais cautelosos e preveem que a efetivação dos acordos possa ocorrer apenas em 2026. A professora de direito internacional da USP, Maristela Basso, ressalta que o processo de ratificação pode ser demorado devido aos ritos constitucionais envolvidos.

Dessa forma, o cenário político e econômico se mostra favorável para a consolidação de acordos comerciais de grande magnitude entre o Mercosul, a União Europeia e a EFTA, com potencial para impactar positivamente as relações comerciais e a economia dos países envolvidos.