Brasil se prepara para possíveis tarifas dos EUA

Date: Feb 9, 2025
Image title: BRASILIA, BRAZIL - JANUARY 29: President of Brazil Luiz Inácio Lula da Silva looks on during a ceremony to announce financing for the roads in Parana at Planalto Palace on January 29, 2025 in Brasilia, Brazil. (Photo by Andressa Anholete/Getty Images)
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O governo brasileiro está se preparando para possíveis tarifas que podem ser impostas pelos Estados Unidos. O vice-presidente Geraldo Alckmin solicitou ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior um levantamento dos setores mais afetados pela guerra comercial deflagrada pelo presidente norte-americano, Donald Trump. O objetivo é elaborar medidas a serem adotadas caso haja um aumento nas tarifas americanas.


O Brasil pretende acelerar a busca por novos mercados como forma de contraponto às ações protecionistas dos EUA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o país reagirá caso Trump imponha tarifas sobre produtos brasileiros. O governo está sendo cauteloso e discreto em suas ações, evitando chamar a atenção do novo governo dos EUA.


Dentre as medidas avaliadas pelo governo brasileiro estão a possibilidade de elevação das tarifas, bem como a utilização de instrumentos como salvaguardas e suspensão do regime ex-tarifário. O Brasil também planeja fortalecer as relações comerciais com os países dos Brics, principalmente China, Rússia e Índia, como uma estratégia diante do cenário internacional adverso.


Segmentos como aço, máquinas e equipamentos, carne e combustíveis estão entre os mais vulneráveis a uma possível retaliação dos EUA. O Brasil exporta petróleo bruto para os EUA e importa petróleo refinado, sendo ainda dependente das empresas americanas de semicondutores. O governo brasileiro está analisando os possíveis impactos de medidas retaliatórias e contra-ataques dos Estados Unidos.


Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil, destaca a importância da prudência nas ações do país. Ele lembra de uma disputa no setor de algodão com os EUA em 2009, onde o Brasil teve dificuldades para aplicar retaliações devido à importância das exportações americanas para a indústria brasileira. As exportações do Brasil para os EUA cresceram 9,2% de janeiro a dezembro do ano anterior, atingindo US$40,33 bilhões, enquanto as importações aumentaram 6,9%, totalizando US$40,58 bilhões.