Trump recorre à Suprema Corte contra cidadania por nascimento |
| Date: Sep 27, 2025 |
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| Image title: NEW YORK, NEW YORK - SEPTEMBER 23: U.S. President Donald Trump listens to a reporter's question during a bilateral meeting with President of Ukraine Volodymyr Zelensky at the 80th session of the United Nations General Assembly (UNGA) at the UN headquarters on September 23, 2025 in New York City. World leaders convened for the 80th Session of UNGA, with this year’s theme for the annual global meeting being “Better together: 80 years and more for peace, development and human rights.” (Photo by Chip Somodevilla/Getty Images) |
| Image credit: Chip Somodevilla - 2025 Getty Images |
| Link: https://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2025-09-26/trump-aciona-suprema-corte-contra-cidadania-por-nascimento.html |
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O governo dos Estados Unidos apresentou nesta sexta-feira (26) um recurso à Suprema Corte a fim de que os juízes decidam sobre a ordem executiva assinada por Donald Trump que restringe a cidadania automática para crianças nascidas no país. A medida proposta pretende excluir filhos de imigrantes sem documentação ou de estrangeiros com permanência temporária, como turistas e estudantes. A ordem executiva nº 14160, intitulada "Protegendo o Significado e o Valor da Cidadania Americana", assinada em janeiro por Trump, determina que agências federais não considerem como cidadãos os nascidos em solo americano sem pais cidadãos ou residentes permanentes legais. Segundo o presidente, a interpretação tradicional da 14ª Emenda da Constituição, que garante cidadania a todos os nascidos nos EUA e sujeitos à sua jurisdição, estaria equivocada ao conceder cidadania a "centenas de milhares de pessoas não qualificadas". Trump argumenta que a ordem executiva restabelece o sentido original da emenda. A implementação da medida estava prevista para fevereiro, porém foi suspensa por decisões judiciais. Tribunais federais em Maryland, Massachusetts e Washington concederam liminares que impediram a aplicação da ordem em todo o país. Em junho, a Suprema Corte decidiu, por seis votos a três, que juízes de primeira instância não podem conceder bloqueios de alcance nacional. Entretanto, a decisão não abordou o mérito da cidadania por nascimento, restringindo os bloqueios provisórios aos solicitantes das ações. Diante disso, novas ações de classe foram movidas em cortes federais, resultando em decisões que mantiveram a ordem executiva suspensa. Em julho, um tribunal em New Hampshire estendeu a proteção a todas as crianças potencialmente afetadas. No recurso mais recente, o procurador-geral D. John Sauer argumenta que a interpretação da 14ª Emenda referente à cidadania por nascimento estaria equivocada, sendo necessário que a Suprema Corte analise diretamente a constitucionalidade da ordem presidencial. Caso a medida seja admitida pela corte, estima-se que entre 300 mil a 400 mil nascimentos por ano possam ser afetados, conforme divulgado em debates públicos. O debate baseia-se em jurisprudências anteriores, como o caso United States v. Wong Kim Ark (1898), no qual a Suprema Corte reconheceu a cidadania por nascimento a filhos de imigrantes, independentemente do status legal dos pais. Trump afirma que essa interpretação foi distorcida e que sua ordem busca restabelecer o sentido original da emenda. |