Brasil planeja diversificar parcerias comerciais em resposta a tarifas de Trump

Date: Jul 11, 2025
Image title: WASHINGTON, DC - JULY 08: U.S. President Donald Trump speaks to members of the press during a Cabinet Meeting at the White House on July 08, 2025 in Washington, DC. Trump discussed the recent flash flooding tragedy in Central Texas where at least 109 people have died, and other topics during the portion of the meeting that was open to members of the media. (Photo by Andrew Harnik/Getty Images)
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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está traçando estratégias para lidar com as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essas tarifas foram interpretadas como uma tentativa de interferir nas eleições de 2026, pressionando o Brasil a reabilitar eleitoralmente o ex-presidente Jair Bolsonaro. O Brasil, sem subsídios para negociar a flexibilização das taxas, pretende diversificar suas parcerias comerciais como estratégia de resposta.


O governo brasileiro pretende intensificar negociações de acordos comerciais já em andamento ou ainda não iniciados para aumentar as opções de clientes para os produtos brasileiros. Entre as parcerias em vista estão as com União Europeia, Canadá, Austrália, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Vietnã e Indonésia. Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial do Brasil após a China, movimentando US$ 80 bilhões em comércio em 2024. Para mitigar potenciais perdas de exportação para os EUA, o Brasil busca firmar o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, finalizar o acordo com a EFTA, bloco que reúne Islândia, Noruega, Liechtenstein e Suíça, e buscar novas negociações, como um possível acordo comercial com o Canadá.


A expectativa é de que o governo brasileiro intensifique as negociações com os parceiros europeus para que o acordo Mercosul-União Europeia seja aprovado até o final do ano. Outro acordo prestes a ser finalizado é com a EFTA. Esse acordo pode gerar um incremento de US$ 2,69 bilhões no PIB do Brasil até 2044. A possibilidade de um acordo com o Canadá também está em pauta, com expectativas de uma retomada das negociações interrompidas durante o governo Bolsonaro. As medidas visam diminuir o impacto das tarifas de Trump e ampliar as oportunidades comerciais para o Brasil.


Diante das tarifas impostas pelos EUA, o governo brasileiro não descarta retaliações e estuda possíveis medidas, como anunciar tarifas à importação de produtos ou serviços fornecidos por empresas americanas. O governo pode utilizar a Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada recentemente, para retaliar países que impõem tarifas ao Brasil. Apesar de ainda não ter definido quando anunciará eventuais retaliações, o governo está atento para que as possíveis tarifas não afetem setores econômicos brasileiros. Setores como a indústria aeronáutica brasileira, que utiliza produtos importados dos EUA, poderiam ser impactados caso o Brasil decida retaliar as tarifas impostas por Trump.