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O Ministério das Relações Exteriores, conhecido como Itamaraty, convocou o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, para uma reunião em Brasília. Essa ação foi desencadeada após a Embaixada dos EUA publicar uma mensagem nas redes sociais criticando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A publicação americana chamou Moraes de "principal arquiteto da censura e perseguição contra (Jair) Bolsonaro e seus apoiadores". A reunião foi confirmada pela assessoria de imprensa da Embaixada dos EUA no Brasil, mas o conteúdo do encontro não foi divulgado.
A polêmica surgiu em meio a um momento conturbado entre as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. Na postagem, os americanos alertaram para que integrantes do Judiciário e de outras esferas não apoiassem o comportamento do ministro do STF. Vale lembrar que o presidente dos EUA ainda não nomeou um embaixador para atuar no Brasil, o que torna Gabriel Escobar o principal representante do governo americano no país.
Essa não seria a primeira vez que Moraes e suas ações são alvo de críticas por parte dos Estados Unidos. Em julho, o ministro foi incluído na lista de sancionados pela Lei Magnitsky pelos EUA, sob alegações de violações de direitos humanos. Além disso, o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental também se pronunciou, destacando as medidas restritivas impostas pelo magistrado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
As tensões entre as partes se intensificaram quando Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro devido ao descumprimento de medidas previamente estabelecidas. O ex-presidente é investigado por suposta tentativa de golpe de Estado e Moraes argumenta que ele continuou se comunicando com o público por meio de aliados e familiares, desrespeitando as restrições impostas pela Justiça. A situação ainda reserva mais desdobramentos e será acompanhada de perto pelas autoridades diplomáticas. |