Mais de 18 mil casos prováveis da doença já foram registrados no estado neste ano, levando 21 municípios paulistas a declararem estado de emergência de saúde pública. Entre as cidades mais impactadas está Glicério, que contabiliza 78 casos confirmados até o momento, em contraste com as 90 notificações de todo o ano anterior.
Com o objetivo de combater a disseminação do vírus, a prefeitura de São José do Rio Preto estabeleceu a realização de um mutirão com o apoio de cem detentos do regime semiaberto. Para lidar com a gravidade da situação, que já ultrapassa 4.397 casos prováveis na cidade, os reeducandos auxiliarão na eliminação de criadouros do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, em locais críticos da região.
A mobilização dos detentos para serviços de limpeza foi uma decisão conjunta entre a prefeitura, o Poder Judiciário e outras lideranças locais. O aumento significativo de casos de dengue em janeiro, período não usual para o crescimento da doença, tem despertado a atenção de especialistas, como o infectologista Antonio Bandeira. Apesar da imunidade adquirida por parte da população devido ao alto número de casos em 2024, a circulação do sorotipo 3, ausente no Brasil desde 2008, representa um desafio adicional na contenção da dengue.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, aponta a predominância do sorotipo 3 em estados como São Paulo, Amapá, Paraná e Minas Gerais, reforçando a vulnerabilidade da população à doença. A falta de imunidade de grande parte dos habitantes, evidenciada por estudo da Universidade de São Paulo, revela a necessidade de intensificar as ações de combate ao vetor e de conscientização da população sobre a importância de prevenir criadouros do mosquito. |