Rússia desenvolve vacinas contra o câncer, mas validação científica ainda está pendente

Date: Dec 19, 2024
Image title: IOWA CITY, IA - AUGUST 11: Marisa Grunder, 27 of Wilton, Iowa, is given a shot during trials of an H1N1 vaccine, developed by CSL of Australia, at University of Iowa Health Care, the University's medical center, on August 11, 2009 in Iowa City, Iowa. The university's medical center is one of 8 trial sites across the nation conducting human studies on the new vaccine which is looking at optimal dosage levels for a variety of age groups. (Photo by David Greedy/Getty Images)
Image credit: David Greedy - 2009 Getty Images
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O governo da Rússia anunciou recentemente que está desenvolvendo duas vacinas contra o câncer, as quais têm previsão de distribuição gratuita aos pacientes a partir de 2025. Elaboradas em parceria com diversos centros de pesquisa, essas vacinas apresentam diferentes mecanismos de ação.


Uma das vacinas utiliza a tecnologia mRNA, personalizada com base na análise genética de cada tumor. Essa abordagem visa ensinar o sistema imunológico a identificar e combater as células cancerígenas de forma mais eficaz, levando em consideração as características específicas de cada tumor. Enquanto isso, a segunda vacina, denominada Enteromix, é formulada com a combinação de quatro vírus não-patogênicos, os quais têm a função de destruir as células malignas e estimular a imunidade dos pacientes contra o tumor.


Os testes pré-clínicos realizados com ambas as vacinas demonstraram resultados positivos, incluindo a inibição no desenvolvimento de tumores e a redução de possíveis metástases. No entanto, é fundamental ressaltar que, embora o governo russo tenha divulgado informações promissoras, ainda não existem estudos publicados em revistas científicas para comprovar a eficácia e segurança desses imunizantes.


A publicação de pesquisas revisadas por pares é essencial, pois submete os dados a uma análise criteriosa de especialistas, garantindo a qualidade e confiabilidade das informações. A ausência dessas publicações torna difícil a avaliação sobre a eficácia das vacinas, quais tipos de câncer podem ser beneficiados e se as doses gratuitas serão destinadas ao tratamento direto ou a testes clínicos.


Portanto, enquanto o anúncio das vacinas contra o câncer pela Rússia traz esperança para o futuro do tratamento oncológico, é necessário aguardar mais dados e validações científicas antes de celebrar uma potencial revolução nesse cenário.