Por que os EUA estão investigando o Pix? entenda como o sistema brasileiro "incomoda" empresas americanas

Date: Jul 30, 2025
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Link: https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2025/07/quem-tem-medo-do-pix-entenda-por-que-sistema-de-pagamentos-brasileiro-entrou-na-mira-de-trump-cmdp6nyqh00v5016g2uv84d0y.html

O governo dos Estados Unidos iniciou uma investigação para apurar supostas práticas comerciais "desleais" realizadas no Brasil, com foco no sistema de pagamento eletrônico Pix, em operação no país desde 2020. A investigação, baseada na Lei de Comércio de 1974, investiga se o Pix adota práticas que prejudicam a competitividade de empresas americanas no setor de comércio digital e serviços de pagamento eletrônico.


A ação americana destaca a funcionalidade do Pix, que parece favorecer os serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo brasileiro. Especialistas apontam que a investida dos Estados Unidos visa proteger os interesses de grandes empresas de tecnologia americanas, que enfrentariam desafios no mercado brasileiro devido à popularidade do sistema de pagamentos brasileiro.


Além disso, a investigação sugere que o uso em larga escala do Pix no Brasil impacta também as empresas detentoras de bandeiras internacionais de cartão de crédito, como Visa e Mastercard. Ao reduzir as transações feitas por meio desses cartões, o Pix acaba afetando as receitas dessas empresas e de bancos americanos, impactando seus negócios no país.


Por outro lado, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) defende que o Pix é uma infraestrutura pública de pagamento, e não um produto comercial. A instituição destaca que o sistema é aberto e não discriminatório, contando com a participação de bancos, fintechs e instituições nacionais e estrangeiras.


O economista Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2008, elogiou o Pix em um artigo, destacando o Brasil como exemplo global de inovação em sistemas de pagamento. Krugman contestou as acusações de práticas desleais e sugeriu que o sistema brasileiro supera os modelos americanos, afirmando que outras nações podem aprender com o sucesso do país nessa área.