Baixa adesão à vacina preocupa autoridades diante do avanço da gripe

Com a chegada do inverno e a queda das temperaturas em diversas regiões do Brasil, a circulação do vírus da gripe tem se intensificado, revela o Ministério da Saúde. Atualmente, são registrados aproximadamente 1.700 casos por semana, enquanto a taxa de vacinação dos grupos prioritários como crianças pequenas, idosos e gestantes está em 31,88%, bem abaixo da meta de 90% estabelecida pelas autoridades de saúde.

O boletim Infogripe divulgado em maio já alertava para o aumento das hospitalizações por gripe, o que agora se confirma com o crescimento expressivo da influenza A, grupo que inclui o H1N1, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste. Essas áreas, que geralmente apresentam menos variações climáticas, têm sido impactadas pelo avanço do vírus.

Apesar de a vacina contra a gripe fazer parte do calendário nacional há anos, ainda há resistência por parte da população. O infectologista Marcelo Neubauer destaca que a baixa cobertura vacinal deriva de questões culturais, pois muitos acreditam que a vacina pode causar a gripe, o que não é verdade. É essencial que as pessoas compreendam a segurança e eficácia da vacina, que precisa ser atualizada anualmente.

Segundo especialistas, a proteção conferida pela vacina começa a se estabelecer cerca de 10 dias após a aplicação. Em casos de febre alta, a recomendação é aguardar a diminuição dos sintomas antes de se vacinar. A vacina disponibilizada pelo SUS protege contra três cepas, enquanto a versão da rede privada inclui uma quarta cepa com circulação baixa. Ambas são eficazes na prevenção de casos graves e óbitos relacionados à gripe.