Defesa de Mauro Cid reforça validade da delação premiada e descarta qualquer coação"

Date: Sep 2, 2025
Image title: BRASILIA, BRAZIL - JUNE 10: Mauro Cid (L), Brazilian Army officer and former personal assistant to ex-President of Brazil Jair Bolsonaro, leaves after the interrogation of Former President Bolsonaro at the Federal Supreme Court building on June 10, 2025 in Brasilia, Brazil. Bolsonaro is accused of leading an attempted coup against the current President of Brazil Lula Da Silva. (Photo by Arthur Menescal/Getty Images)
Image credit: Arthur Menescal - 2025 Getty Images
Link: https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/09/02/julgamento-de-bolsonaro-stf-retoma-julgamento-e-defesa-de-mauro-cid-e-a-primeira-a-falar.ghtml

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus, acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022. O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, apresentou seu relatório, seguido pela acusação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra Bolsonaro e os demais réus do “núcleo crucial”.

A defesa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, foi a primeira a se manifestar. Cid reforçou a validade da delação premiada fechada com a Polícia Federal em 2023 e negou ter sido pressionado durante o processo. Ele responde por diversos crimes, entre eles organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e dano ao patrimônio público. Na sequência, os advogados Jair Alves Ferreira e Cezar Bittencourt dividiram a defesa de Cid, abordando a delação e os fatos relacionados ao caso.

Durante a exposição da defesa, Ferreira destacou a importância da delação premiada como meio de obtenção de provas, ressaltando a solidez da colaboração de Mauro Cid e afirmando que a condenação do réu representaria o enfraquecimento desse instrumento. Bittencourt, por sua vez, enfatizou que Cid não elaborou, compartilhou ou incitou conteúdos golpistas, defendendo que a acusação se baseia em suposições e não em fatos concretos.

A defesa também reiterou que Mauro Cid não teve participação nos atos de invasão às sedes dos Três Poderes em janeiro de 2023. O julgamento ocorrerá ao longo de cinco dias. Além de Bolsonaro, os sete réus do núcleo crucial enfrentarão acusações relacionadas à suposta organização criminosa denunciada pela PGR. As penas máximas atribuídas a Bolsonaro nesse contexto podem chegar a até 43 anos de prisão.