Washington pressiona Ucrânia para baixar idade mínima de recrutamento militar

Date: Nov 29, 2024
Image title: ZAPORIZHZHIA, UKRAINE - NOVEMBER 20: Portrait of an infantryman as the 141st Separate Infantry Brigade operates on November 20, 2024 in Zaporizhzhia, Ukraine. Ukraine has been anticipating that Russian forces are preparing assault operations at the Zaporizhzhia front, in Ukraine's southeast. (Photo by Nikoletta Stoyanova/Getty Images)
Image credit: Nikoletta Stoyanova - 2024 Getty Images
Link: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2024/11/biden-pressiona-ucrania-a-reduzir-idade-minima-para-recrutar-soldados-como-reforcos-de-guerra.shtml

Segundo um alto funcionário não identificado dos EUA citado pelo jornal britânico The Financial Times, a Ucrânia precisa de aproximadamente 160 mil soldados para preencher suas fileiras, quantidade considerada a mínima necessária pelos americanos. A administração do presidente Joe Biden está acelerando o fornecimento de cerca de US$ 7 bilhões em assistência de segurança para Kiev antes da posse de Donald Trump em janeiro. Embora os EUA tenham aprovado diversos pedidos de armas por parte da Ucrânia, a pressão para diminuir a idade de recrutamento também faz parte da estratégia para fortalecer as linhas de frente.

O intuito é fortalecer as fileiras e resistir à ofensiva russa, que tem conquistado territórios de forma mais rápida nos últimos dois anos. Contudo, o presidente ucraniano Volodimir Zelenski descartou a possibilidade de redução da idade de mobilização, dos 25 para os 18 anos, destacando preocupações com os desafios demográficos enfrentados pelo país.


A questão da idade de recrutamento militar tem gerado controvérsias entre as partes envolvidas. Enquanto autoridades americanas defendem a importância de aumentar o contingente de soldados mais jovens para enfrentar a pressão russa, representantes ucranianos como Dmitro Litvin, principal conselheiro de comunicações do presidente Zelenski, rejeitam o pedido dos EUA. Litvin ressaltou que a Ucrânia não pode ser responsabilizada por supostos atrasos no apoio logístico ocidental e defendeu o treinamento e equipamento adequado das tropas ucranianas para defender o país.


A tensão na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia se intensificou nas últimas semanas, com aumento das hostilidades em áreas como Kursk e Donetsk. O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu encerrar a guerra no país do leste europeu, o que gera preocupações entre os aliados da Ucrânia sobre possíveis concessões às demandas de Moscou. Neste cenário, a nomeação do general aposentado Keith Kellogg como enviado especial para a Ucrânia e Rússia, feita por Trump, busca explorar alternativas para congelar o conflito e buscar uma solução diplomática para a crise.