Bispa não se desculpa por sermão crítico a Trump em missa

A bispa Mariann Edgar Budde se recusou a pedir desculpas após ter feito um apelo direto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante uma missa realizada na capital do país. Durante a cerimônia, Budde pediu compaixão em relação aos imigrantes e à comunidade LGBTQIA+, criticando as medidas severas anunciadas por Trump contra a imigração, como a revogação da cidadania automática para filhos de imigrantes ilegais. A bispa, que ocupa o cargo na Igreja Episcopal desde 2011, utilizou o púlpito para destacar as consequências das políticas governamentais para as famílias imigrantes e para a comunidade LGBTQIA+ em meio a um cenário político polarizado.

Em uma entrevista à National Public Radio (NPR), Mariann afirmou: "Eu lamento que isso tenha causado o tipo de resposta que causou, no sentido de que realmente confirmou exatamente aquilo sobre o que eu estava falando antes, que é nossa tendência de pular direto para a indignação e não falar uns com os outros com respeito". A bispa não se mostrou arrependida de suas palavras, dizendo: "Mas não, eu não vou me desculpar pelo que disse".

Durante a missa, Budde também fez um apelo ao presidente Trump para que tivesse misericórdia com os imigrantes e suas famílias, assim como com a população LGBTQIA+. Ela destacou a importância de acolher aqueles que fogem de zonas de guerra e perseguição, ressaltando que a maioria dos imigrantes não é criminosa. A bispa ainda mencionou o impacto emocional nas crianças, pedindo compaixão pelas famílias que vivem com o temor da separação.

Por sua vez, em uma reação à mensagem de Budde, Trump se pronunciou de forma agressiva em sua rede social, Truth Social, classificando a bispa como uma "esquerdista radical que odeia Trump" e exigindo um pedido de desculpas por suas declarações. Em entrevistas, a bispa reforçou que não considera Trump um inimigo e acredita na possibilidade de discordar respeitosamente, expondo ideias e defendendo convicções sem recorrer à violência verbal.