Estudo genético revela descobertas surpreendentes sobre os cães de Chernobyl |
Date: May 14, 2025 |
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Image title: CHORNOBYL, UKRAINE - AUGUST 17: Stray dogs seek a handout of food outside the workers cafeteria at the Chernobyl nuclear power plant on August 17, 2017 near Chornobyl, Ukraine. An estimated 900 stray dogs live in the Chernobyl exclusion zone, many of them likely the descendants of dogs left behind following the mass evacuation of residents in the aftermath of the 1986 nuclear disaster at Chernobyl. Volunteers, including veterinarians and radiation experts from around the world, are participating in an initiative called The Dogs of Chernobyl, launched by the non-profit Clean Futures Fund. Participants capture the dogs, study their radiation exposure, vaccinate them against parasites and diseases including rabies, tag the dogs and release them again into the exclusion zone. Some dogs are also being outfitted with special collars equipped with radiation sensors and GPS receivers in order to map radiation levels across the zone. (Photo by Sean Gallup/Getty Images) |
Image credit: Sean Gallup - Getty Images |
Link: https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2025/05/14/o-que-caes-semisselvagens-que-sobreviveram-a-chernobyl-ensinam-a-ciencia.htm |
Um estudo genético inédito revelou informações surpreendentes sobre os cães que vivem na região de Chernobyl, quase 40 anos após o desastre nuclear. Os cães, descendentes daqueles que sobreviveram à tragédia em 1986, apresentam populações distintas, laços familiares complexos e possíveis pistas sobre os efeitos da radiação prolongada em seu DNA. Pesquisadores coletaram amostras de DNA de 302 cães que habitam a Zona de Exclusão de Chernobyl entre 2017 e 2019, revelando uma adaptação notável desses animais ao ambiente altamente irradiado. Mesmo diante da contaminação radioativa, os cães de Chernobyl não apenas sobreviveram, mas se multiplicaram ao longo das décadas, originando gerações de cães semisselvagens que habitam a Zona de Exclusão. O estudo demonstrou uma maior similaridade genética entre os cães que vivem dentro da área contaminada, indicando um processo de adaptação ao ambiente radioativo ao longo do tempo. A análise do material genético buscou identificar mutações associadas à exposição prolongada à radiação e compreender possíveis impactos na saúde, capacidade reprodutiva e expectativa de vida dos cães. Os cães de Chernobyl formaram laços familiares complexos, sendo identificadas 15 famílias genéticas entre os cães da Zona de Exclusão. Populações distintas foram observadas em áreas com diferentes níveis de radiação, como na usina nuclear e nas cidades de Chernobyl e Slavutych. Os cães da usina apresentaram uma população geneticamente mais homogênea, sugerindo acasalamentos frequentes entre membros próximos, enquanto os cães de Chernobyl e Slavutych exibiram variabilidades genéticas específicas de suas localidades. Além de servir como um modelo único para estudar os efeitos da radiação no genoma de mamíferos ao longo de gerações, a pesquisa com os cães de Chernobyl pode trazer importantes respostas para futuras missões espaciais, acidentes nucleares e áreas contaminadas. Os animais se tornaram sentinelas biológicas, evidenciando os impactos ocultos de desastres ambientais e reforçando a necessidade de monitoramento ambiental contínuo. Embora a pesquisa tenha revelado diferenças genéticas marcantes entre os cães expostos a diferentes níveis de radiação, respostas mais aprofundadas sobre as mutações específicas e seus impactos na saúde dos animais ainda são necessárias. |