Lula elenca motivos para inflação dos alimentos e anuncia medidas para estimular crédito

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) listou três razões que, em sua visão, contribuíram para a inflação dos alimentos nos últimos meses. Em entrevista concedida a rádios da Bahia, Lula destacou a valorização do dólar, as políticas monetárias do Banco Central e o aumento das exportações como fatores determinantes para a alta nos preços. De acordo com Lula, a elevação nos valores dos alimentos impacta diretamente os trabalhadores, e ele ressaltou a importância de aumentar o salário mínimo para equilibrar a situação.

Durante a primeira metade do seu mandato, Lula enfrentou desafios na relação com o presidente do Banco Central indicado pelo governo Bolsonaro, marcada pela elevação das taxas de juros como medida de contenção da inflação. Mesmo após a indicação de Gabriel Galípolo para o comando do BC, sob o governo de Lula, a tendência de aumento dos juros persistiu. O ex-presidente argumentou que mudanças na condução da política monetária devem ser feitas gradualmente.

Lula revelou que os ministérios da Fazenda, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário têm mantido diálogos com o setor agrícola e empresarial para buscar soluções contra a escalada nos preços dos alimentos, porém não detalhou quais medidas estão sendo discutidas. Além disso, destacou que o cenário eleitoral conturbado nos Estados Unidos influenciou na valorização do dólar, afirmando que a estabilização da moeda poderá favorecer a permanência de mais produtos no mercado nacional.

O presidente anunciou que nos próximos dias serão divulgadas novas medidas para estimular o crédito no país, visando garantir que recursos cheguem tanto aos trabalhadores quanto aos pequenos empresários. Lula enfatizou seu objetivo de deixar um legado de crescimento econômico, distribuição de renda e inclusão social ao final de seu mandato. Quanto à possibilidade de concorrer à reeleição, Lula ressaltou ser cedo para discutir o assunto, porém enfatizou o combate ao negacionismo e expressou confiança em uma eventual disputa eleitoral contra Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível.