Banco Central do Brasil rejeita compra do Banco Master pelo BRB

O Banco Central do Brasil (BC) rejeitou a proposta de compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) nesta quarta-feira (3). A decisão ocorreu após mais de cinco meses de análise por parte do BC, que tinha até um ano para concluir a avaliação da operação. O acordo entre as instituições envolvia a aquisição de 49% das ações ordinárias, 100% das preferenciais e 58% do capital total do Banco Master. O BRB, controlado majoritariamente pelo governo do Distrito Federal, havia recebido aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em junho, mas agora aguarda a íntegra da decisão do BC para avaliar os próximos passos.

Segundo comunicado divulgado pelo BRB, o Banco Central decidiu vetar a compra do Banco Master, que era a etapa regulatória final para a conclusão do negócio. O BRB informou que solicitou acesso à íntegra da decisão do BC para análise dos fundamentos e das alternativas possíveis. A instituição enfatizou a importância estratégica da transação e reiterou seu compromisso em manter acionistas e mercado informados sobre eventuais desdobramentos relevantes, em conformidade com a legislação aplicável.

Recentemente, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, sancionou uma lei distrital para autorizar o BRB a adquirir participações no Banco Master, visando ampliar sua presença no mercado e fortalecer sua atuação no setor financeiro. Desde a divulgação da intenção de compra, as ações do BRB valorizaram aproximadamente 23% na Bolsa de Valores (B3). No entanto, o negócio gerou polêmica devido à estratégia agressiva de captação de recursos do Banco Master, que oferecia rendimentos acima da média do mercado, gerando desconfiança entre os investidores.

Com a recusa do Banco Central, o BRB aguarda a definição dos próximos passos em relação ao negócio com o Banco Master. A instituição financeira enfrentava preocupações quanto à situação financeira do Master, que não publicou seu balanço financeiro do ano anterior e teve dificuldades para realizar uma emissão de títulos em dólares. O BTG Pactual chegou a oferecer um valor consideravelmente menor para assumir o controle do Master, buscando cobrir as dívidas da instituição com recursos do Fundo Garantidor de Crédito. O desfecho da situação entre BRB e Banco Master permanece em aberto aguardando novos desenvolvimentos.