Marinha expulsa militar envolvido nos atos golpistas de 8 de Janeiro

A Marinha decidiu expulsar o suboficial da reserva Marco Antônio Braga Caldas, de 51 anos, após ter sido condenado pelos atos ocorridos no dia 8 de Janeiro. Caldas é o primeiro militar das Forças Armadas a ser excluído da carreira devido à invasão aos prédios públicos. A expulsão foi resultado de um Conselho de Disciplina criado pela Marinha para analisar a situação do militar após sua condenação a 14 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal.

Após aproximadamente 50 dias de processo, o Conselho de Disciplina concluiu que a exclusão de Caldas era necessária para garantir a disciplina na carreira militar. A decisão ainda aguarda a confirmação do comandante da Marinha, que tornará o suboficial um "morto fictício", perdendo assim seus direitos de prisão especial e transferindo sua aposentadoria para a família.

Marco Antônio Braga Caldas, ex-mergulhador da Marinha, deixou a ativa em 2021 após cerca de 30 anos de serviço e passou a viver em Balneário Piçarras, Santa Catarina. A Procuradoria-Geral da República acusou Caldas de participar da invasão à Esplanada dos Ministérios, sendo preso dentro do Palácio do Planalto. Alegando inocência, o suboficial afirmou que apenas buscou refúgio no local enquanto tentava proteger um policial militar sendo linchado por manifestantes.

Caldas foi solto em agosto de 2023 por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que considerou que todas as provas relevantes já haviam sido recolhidas. No entanto, o suboficial voltou a ser preso em julho de 2024 e permanece detido na Escola de Aprendizes de Marinheiros, em Florianópolis, há 11 meses. Seu pedido de transferência para o Presídio Regional de Barra Velha foi negado devido à superlotação, indicando que sua próxima detenção deve ocorrer na Penitenciária Industrial de Joinville, em Santa Catarina.