Seca na Amazônia pode isolar Manaus por via fluvial em menos de um mês

Date: Sep 3, 2024
Image title: IRANDUBA, BRAZIL - OCTOBER 04: Aerial view of boat at a drought-hit harbor of Cacau Pirêra at Porto do Cacau Pirêra on October 04, 2023 in Iranduba, Amazonas, Brazil. The state of Amazonas remains in emergency due to severe droughts caused by climate change, heat and the El Niño phenomenon, which inhibits the formation of rain clouds. The low river levels have caused the death of a large number of fish and generated water pollution. Some areas surrounding the Amazon River area and its tributaries are not navigable and isolate local communities who have to receive food, medicine and water by air. (Photo by Bruno Zanardo/Getty Images)
Image credit: Bruno Zanardo - 2023 Getty Images
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O governo federal está preocupado com a possibilidade da seca que assola a Amazônia diminuir o nível dos rios de forma a causar o isolamento logístico de Manaus, a capital do Amazonas. Segundo especialistas, em uma projeção apresentada ontem (2) no Palácio do Planalto, estima-se que isso possa ocorrer em aproximadamente 22 dias.


A principal preocupação do governo é com a estocagem de combustíveis. Outros itens essenciais, como remédios, poderiam ser transportados por via aérea em caso de emergência. Uma das alternativas propostas seria levar combustíveis até Itacoatiara, cidade mais próxima à foz do Amazonas, que possui acesso terrestre até a capital do estado. Acredita-se que o trajeto pelo rio até essa cidade seja menos afetado do que até Manaus.


No entanto, o aumento no movimento de cargas na região também preocupa as autoridades devido à atividade de piratas. A presença da Polícia Federal foi destacada na reunião técnica realizada ontem, juntamente com a participação do Ibama e outros órgãos, para discutir a situação.


Além disso, foi analisada a navegabilidade de outros rios da Amazônia, como o Rio Madeira. O nível da água em alguns trechos está tão baixo que, de acordo com especialistas consultados, nem mesmo dragagens seriam suficientes para normalizar o tráfego.


O Rio Solimões, por exemplo, atingiu o menor nível da história no trecho que passa pela cidade de Tabatinga, no Amazonas. O relatório do Serviço Geológico Brasileiro (SGB) salientou também a situação dos Rios Amazonas e Negro.


Atualmente, os incêndios na Amazônia, Pantanal, São Paulo e outros locais são uma das principais preocupações das autoridades do Palácio do Planalto. Havia a expectativa de uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os governadores na semana passada para discutir o assunto, mas ainda não foi definida uma proposta federal para apresentar aos chefes de governo estadual. Com a possibilidade de um clima ainda mais seco nas próximas semanas, o cenário se torna mais propício para ocorrerem queimadas.