Autoridades em Santa Catarina estão investigando um esquema de fraude em bolsas de estudo que beneficiaram estudantes com alto patrimônio financeiro. Segundo o TCE-SC, 858 alunos com patrimônio de R$ 1 milhão ou mais estavam cursando o ensino superior com bolsa integral, resultando em um possível prejuízo de quase R$ 324 milhões aos cofres públicos do estado. O programa Universidade Gratuita e o Fumdesc estavam sendo utilizados de forma irregular, desviando o auxílio que deveria ser direcionado a pessoas em vulnerabilidade econômica.
O Tribunal de Contas identificou 18.283 inscrições de alunos no programa com indícios de irregularidades. Em relatório, o TCE-SC ressaltou a presença de grupos familiares com patrimônio significativo entre os beneficiários do programa. Além disso, foram encontradas omissões de informações sobre bens familiares por parte dos estudantes. O governo de Santa Catarina promete buscar o ressarcimento do Estado caso as fraudes sejam comprovadas.
De acordo com a investigação, é suspeita a participação de consultorias na orientação de candidatos a fraudarem os programas de bolsas. As universidades também estão sob suspeita, com indícios de funcionários facilitando a entrada de alunos que não se enquadram nos critérios do programa. A Deic investigará o caso, com foco em possíveis crimes de falsidade ideológica e obtenção de vantagens indevidas.
A Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina solicitou ao TCE detalhes sobre as irregularidades apontadas nos programas de bolsas. Caso as fraudes sejam confirmadas, os benefícios serão suspensos e solicitado o ressarcimento dos valores recebidos indevidamente. A implementação de melhorias no sistema está sendo feita, com antecipação da publicação dos editais para o segundo semestre de 2025. A Lei do Universidade Gratuita, sancionada em 2023, foi promessa de campanha do governador Jorginho Mello. A especialista em educação Claudia Costin ressalta a importância de ampliar o acesso ao ensino superior de forma criteriosa e responsável. |