MP pede condenação de responsáveis por incêndio no Ninho do Urubu

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) requereu a condenação de todos os acusados pelo incêndio no CT Ninho do Urubu, em fevereiro de 2019, que resultou na morte de dez jovens atletas das categorias de base do Flamengo. Após três anos de investigação e mais de quarenta testemunhas ouvidas, a Promotoria de Justiça ligada à 36ª Vara Criminal da Capital tomou essa decisão no último domingo (11).

Segundo informações do MP-RJ, quatro investigados foram excluídos da denúncia, incluindo o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, devido à prescrição do delito. O incêndio no dia 8 de fevereiro de 2019, além das mortes, também deixou três jovens com lesões corporais. O Ministério Público destacou que os acusados, que ocupavam cargos no CT, eram responsáveis pelos alojamentos e manutenção dos aparelhos de ar condicionado.

De acordo com a nota oficial divulgada pelo MP-RJ, o incêndio no Ninho do Urubu poderia ter sido evitado, já que o local funcionava sem alvará devido à falta de certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros. O Ministério Público ressaltou irregularidades elétricas, falta de manutenção preventiva nos aparelhos de ar condicionado e outras falhas que contribuíram para a tragédia. O fogo teria começado por um curto-circuito em um dos aparelhos, e as condições dos alojamentos dificultaram a saída dos jovens.

Ao final do processo, os acusados podem ser condenados a penas de detenção de 1 ano e 4 meses a 4 anos, com possibilidade de aumento de um sexto até a metade da pena. O MP-RJ reforçou a importância da responsabilização dos envolvidos no caso, que resultou em uma das maiores tragédias do futebol brasileiro.