Aquecimento global pode tornar arroz mais tóxico, aponta estudo

Date: Apr 21, 2025
Image title: DHAKA, BANGLADESH - JULY 17: A man holds a handful of rice grains at a market on July 17, 2008 in Dhaka, Bangladesh. Bangladesh has recently closed nearly 2,000 rice mills because they ignored official demands to sell the staple to the army-backed government at below market rates. Rice, a basic staple for Bangladesh's 144 million people, has nearly doubled in price in the past 12 months due to shortages caused by floods last summer, a cyclone in November and the continued rise of fuel prices. Bangladesh is currently one of the world's poorest countries, where nearly 40 percent of the population survives on less than a dollar a day. (Photo by Spencer Platt/Getty Images)
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Um estudo divulgado na revista The Lancet Planetary Health revelou que o aquecimento global está impactando a toxicidade do arroz, um dos principais alimentos da alimentação brasileira. Com o aumento da temperatura e da concentração de dióxido de carbono no ar, o arroz passa a absorver ainda mais arsênio, uma substância cancerígena encontrada no solo, na água e em alguns alimentos como peixes e mariscos. Pesquisadores dos Estados Unidos e da China, incluindo o professor Lewis Ziska da Universidade de Columbia, conduziram testes que mostraram uma piora significativa no problema quando calor e CO₂ aumentam juntos.

O arroz é comumente cultivado em áreas alagadas, e sua característica absorvente facilita a entrada de arsênio. O estudo aponta que o arroz cozido de forma semelhante ao macarrão pode contribuir para uma redução de 40% a 60% no teor de arsênio inorgânico, dependendo do tipo de arroz. Entretanto, esse método também diminui em 50% a 70% os níveis de ferro, folato, niacina e tiamina, nutrientes adicionados ao arroz durante o processo de enriquecimento. Além disso, foi observado que o arroz integral tende a ter uma concentração maior de arsênio do que o arroz branco, pois o farelo, onde a substância se acumula, não é removido durante o processamento do arroz branco.

O arsênio inorgânico está associado a diversos problemas de saúde, como casos de câncer, doenças cardíacas e dificuldades neurológicas em bebês. Com as mudanças climáticas em curso, as projeções apontam para um aumento da toxicidade do arroz nos próximos anos, especialmente nas regiões em que é cultivado de forma submersa, como na Ásia. A pesquisa realizada pela Universidade de Columbia ressalta a importância de os governos estabelecerem regulamentações mais rígidas em relação aos níveis de arsênio permitidos no arroz, além de incentivarem a preferência por variedades menos porosas do grão.