Brasil busca reduzir dependência do dólar no comércio internacional |
| Date: Dec 6, 2024 |
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| Image title: SEOUL, SOUTH KOREA - FEBRUARY 22: A South Korean banker carries US dollar bank notes at the Korea Exchange bank on February 22, 2005 in Seoul, South Korea. The South Korean won jumped to its highest intraday level in more than seven years in domestic trade on Tuesday, boosted by strong foreign equity buying and exporter deals. (Photo by Chung Sung-Jun/Getty Images) |
| Image credit: Chung Sung-Jun - 2005 Getty Images |
| Link: https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2024/12/06/eua-estao-em-decadencia-diz-promotor-da-desdolarizacao-no-brics.htm |
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O Brasil tem buscado alternativas para diminuir a dependência do dólar nas transações comerciais internacionais. Segundo o economista Paulo Nogueira Batista Jr., ex-diretor-executivo no FMI e ex-vice-presidente do NBD, o banco do Brics, em entrevista ao UOL, a ideia é criar um mecanismo que permita o uso de moedas nacionais no comércio, reduzindo a influência da moeda americana. Batista Jr. ressalta que a hegemonia do dólar como moeda internacional confere aos Estados Unidos um privilégio significativo, permitindo ao país financiar seus déficits externos e fiscais com emissão de moeda a custo praticamente zero. A imposição de tarifas pelos EUA contra países que buscam reduzir o uso do dólar é considerada ilegal pelo economista, que aponta a fragilidade das ações da Organização Mundial do Comércio (OMC) nesse cenário. Em 2025, o Brasil assumirá a presidência do Brics e tem como uma das prioridades o avanço do debate sobre o uso de moedas locais nas trocas entre as economias do bloco. A intenção é escapar das sanções ocidentais e reduzir os custos de transação, fugindo da dominância do dólar. A transferência da hegemonia do dólar para o yuan, moeda chinesa, é vista como uma possibilidade, porém Batista Jr. considera improvável que a China internacionalize plenamente o seu renminbi, o nome oficial da moeda. A China enfrentaria desafios, como a conversibilidade total de sua moeda e a remoção de controles de capital, o que poderia prejudicar suas exportações e economia. A desdolarização das transações comerciais traria desafios e riscos para o Brasil, mas a diversificação das moedas utilizadas pode representar uma alternativa importante para reduzir a influência econômica dos Estados Unidos e buscar maior autonomia nas relações comerciais internacionais. |