Ucrânia aceita cessar-fogo de 30 dias proposto pelos Estados Unidos

O governo ucraniano aceitou uma proposta de cessar-fogo de 30 dias feita pelos Estados Unidos durante uma maratona de quase nove horas de negociações nesta terça-feira, mediadas pelo governo da Arábia Saudita em Jidá. O acordo inclui a promessa americana de reestabelecer a ajuda militar e o compartilhamento de dados de inteligência com a Ucrânia, que haviam sido suspensos na semana anterior pelo presidente Donald Trump. As negociações entre representantes dos governos ucraniano e americano duraram dois dias e tiveram o objetivo de alcançar uma trégua no conflituoso cenário, que completou três anos no mês passado.

Marco Rubio, secretário de Estado americano, afirmou que os ucranianos concordaram em iniciar as negociações com a Rússia imediatamente, considerando que "a bola está com Moscou". A resposta do governo russo ainda não foi anunciada publicamente, porém Rubio expressou otimismo em relação a uma possível resposta positiva em breve do Kremlin. A reunião resultou em um comunicado final que inclui o compromisso de ambas as partes em selar rapidamente um acordo para permitir que os Estados Unidos explorem recursos minerais na Ucrânia.

O governo ucraniano demonstrou disposição para aceitar a proposta americana de um cessar-fogo imediato e provisório de 30 dias, com a possibilidade de prorrogação por acordo mútuo. No entanto, ressaltou a importância da reciprocidade russa para a paz na região. Enquanto isso, o Kremlin não fez concessões públicas, condicionando o cessar-fogo à desistência da Ucrânia em se juntar à Otan e ao reconhecimento dos territórios ocupados por Moscou como russos. Por sua vez, a Ucrânia reiterou que não aceitará acordos que limitem seu rearmamento, obriguem o reconhecimento das regiões ocupadas como parte da Rússia ou interfiram em sua política interna.

A reunião na Arábia Saudita ocorre após a Ucrânia lançar o maior ataque de drones contra Moscou desde o início do conflito. Os ataques atingiram diversas regiões do país, causando vítimas e interrupções nos transportes aéreo e ferroviário. Esse recente desenvolvimento evidencia a tensão existente entre os países e a urgência de um acordo que possa trazer paz e estabilidade para a região.