Governador de Minas Gerais sugere tratar moradores de rua como carros guinchados de local proibido

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), gerou controvérsia ao sugerir uma abordagem rígida para lidar com a população em situação de rua durante entrevista à BBC News. Ele comparou essas pessoas a veículos rebocados de locais irregulares, destacando a necessidade de medidas para retirar quem dorme nas ruas. A declaração ocorre em um momento estratégico, às vésperas do lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026, quando foi questionado sobre os mais de 300 mil brasileiros que vivem nessa condição.

Na entrevista, Zema defendeu a criação de uma nova legislação que proíba dormir em vias públicas, justificando que os espaços coletivos devem ser preservados para o uso de toda a sociedade. Ao mesmo tempo, reforçou sua intenção de se consolidar como candidato da direita, ainda que admita a possibilidade de não contar com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já no primeiro turno.

O governador também se manifestou sobre o futuro político de Bolsonaro, afirmando que estaria disposto a conceder-lhe anistia caso fosse eleito, sob o argumento de que o país precisa “virar a página” e deixar divergências no passado. Em outro ponto da entrevista, expressou apoio às sanções impostas pelos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, embora no passado tenha criticado medidas tarifárias adotadas pelo ex-presidente Donald Trump.

Zema ainda atribuiu a recente alta de tarifas de importação, apelidada de “tarifaço”, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegando que a medida teria sido consequência de sua postura em relação ao governo norte-americano e de supostos atritos diplomáticos.