Oficiais da Força Aérea de Israel pedem fim da guerra em Gaza

Date: May 28, 2025
Image title: TEL AVIV, ISRAEL - SEPTEMBER 1: A protester holds up a sign as they join a crowd gathered to demand a Gaza hostages deal on September 1, 2024 in Tel Aviv, Israel. After the bodies of six Israeli kidnap victims were recovered from tunnels beneath Gaza overnight, the Hostages and Missing Families Forum called for public protests in Jerusalem and Tel Aviv. They are demanding that Netanyahu justify the delay in signing the ceasefire deal due to the addition of new conditions. (Photo by Amir Levy/Getty Images)
Image credit: Amir Levy - Getty Images
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Cerca de 1,2 mil oficiais da Força Aérea de Israel, entre reservistas e militares da ativa, assinaram uma carta aberta endereçada ao governo e ao comando do Estado-Maior israelense nesta terça-feira (26), solicitando o término das operações militares na Faixa de Gaza. Os militares argumentam que o conflito transformou-se em uma disputa política que não atende mais aos interesses de segurança nacional do Estado judeu. A carta, divulgada antecipadamente pelo jornal israelense Haaretz, destaca a preocupação com a vontade da maioria da opinião pública, alertando para o risco de mortes de reféns, soldados e civis inocentes, além da possível ocorrência de crimes de guerra.


A postura dos oficiais da Força Aérea reflete uma crescente mudança de perspectiva em diversos setores da sociedade israelense, especialmente após a intensificação das operações militares em Gaza e os alertas sobre escassez de alimentos e recursos básicos no território palestino. Uma pesquisa recente realizada pelo Canal 12 revelou que 61% dos entrevistados desejam o término das hostilidades e o retorno dos reféns, enquanto apenas 25% apoiam a continuidade das ações militares e a ocupação de Gaza, posições defendidas pelo Gabinete de Netanyahu.


Críticas à guerra em Gaza não são novidade em Israel. Após a onda inicial de apoio à ofensiva militar em resposta a um ataque terrorista do Hamas em outubro de 2023, diversos grupos da sociedade civil passaram a defender a interrupção do conflito e o resgate dos reféns por meio de negociações, em detrimento de uma vitória militar a todo custo. O ex-diretor do Shin Bet e chefe da Marinha israelense, Ami Ayalon, havia defendido essa abordagem em entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN, contrastando com a postura do governo atual.


Figuras proeminentes, como o ex-primeiro-ministro Ehud Olmert e o líder do partido de oposição Os Democratas, Yair Golan, têm se posicionado publicamente contra as ações militares em curso, acusando o governo de cometer crimes de guerra em Gaza. Com o número de palestinos mortos ultrapassando 54 mil desde o início do conflito, a crítica a Israel internacionalmente cresce, e a insatisfação dentro do país se evidencia em protestos e manifestações que pedem o fim das hostilidades na região.