Vacina desenvolvida no Brasil contra a mpox está em fase final

Date: Aug 22, 2024
Image title: LOS ANGELES, CALIFORNIA - AUGUST 10: Licensed Vocational Nurse (LVN) Gabriela Solis prepares a dose of the Jynneos monkeypox vaccine at an L.A. County vaccination site in East Los Angeles on August 10, 2022 in Los Angeles, California. Los Angeles County reported 683 monkeypox cases as of August 9th, double the amount of cases from ten days earlier. California Governor Gavin Newsom declared a state of emergency on August 1st over the monkeypox outbreak which continues to grow globally. (Photo by Mario Tama/Getty Images)
Image credit: Mario Tama - 2022 Getty Images
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O Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) informou que está finalizando a última etapa do desenvolvimento de uma vacina nacional contra a mpox, a qual se encontrará em breve nos testes em humanos. A equipe está preparando o Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento (DDCM) para ser enviado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aguardando assim o sinal verde para dar início aos testes em humanos. A informação foi divulgada pela Agência Brasil.


A vacina brasileira ganhou destaque após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a mpox uma emergência em saúde pública de importância internacional, devido ao risco de disseminação global e uma possível nova pandemia. O desenvolvimento da vacina nacional já estava em curso há dois anos, desde o surgimento da primeira emergência global causada pela doença.


De acordo com a UFMG, a dose brasileira utilizará um vírus atenuado e não replicativo, tornando-a "extremamente segura", inclusive para uso em pessoas imunossuprimidas e gestantes. Os testes iniciais da vacina apresentaram resultados promissores, demonstrando indução de neutralizantes, resposta celular robusta e eficácia contra a doença.


Karine Lourenço, líder da Plataforma de Vetores Virais e Expressão de Célula Eucariótica do CTVacinas, explicou nas redes sociais que durante a fase de pesquisa, a vacina mostrou-se "protetora e esterilizante". Ela acrescentou que o país já possui capacidade de produzir em larga escala a cepa atenuada do vírus vaccinia, que é responsável pela doença. Lourenço enfatizou que estão prontos para submeter a vacina à Anvisa e iniciar os ensaios clínicos.


O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) informou que o imunizante brasileiro contra a mpox é uma das prioridades da Rede Vírus, um comitê de especialistas em virologia criado para o desenvolvimento de diagnósticos, tratamentos, vacinas e produção de conteúdo sobre vírus emergentes no Brasil. Em 2022, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos doou para a UFMG a semente do vírus da mpox, que é o ponto de partida para o desenvolvimento do insumo farmacêutico ativo (IFA), matéria-prima utilizada na produção da vacina.


Atualmente, existem duas vacinas disponíveis contra a mpox. A Jynneos, produzida pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, é recomendada para adultos, incluindo gestantes, lactantes e pessoas com HIV. Já o ACAM 2000, fabricado pela empresa norte-americana Emergent BioSolutions, possui várias contraindicações e mais efeitos colaterais, devido ao uso do vírus ativo.


Com a declaração de emergência global, o Ministério da Saúde está negociando a compra de 25 mil doses da vacina Jynneos junto à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Desde a aprovação provisória do imunizante pela Anvisa em 2023, o Brasil já recebeu cerca de 47 mil doses e aplicou 29 mil doses da vacina.