Piloto preso com 400 kg de cocaína em avião é absolvido pela Justiça

Um piloto que havia sido preso por transportar cerca de 400 quilos de cocaína em seu avião em Penápolis, no interior de São Paulo, foi absolvido da acusação de tráfico interestadual de drogas. A decisão foi proferida pelo juiz Luciano Silva, da 2ª Vara Federal de Araçatuba, que considerou a prova obtida na abordagem policial como ilegal. O juiz enfatizou que a existência da droga no avião não foi suficiente para validar o procedimento de busca forçada, ressaltando a importância de uma suspeita prévia justificada para a abordagem.

Segundo o magistrado, a acusação falhou em comprovar as fundadas suspeitas que embasaram a busca veicular, confiando apenas no flagrante e apresentando provas de relevância mínima. O juiz apontou que as testemunhas ouvidas no processo apenas presenciaram a apreensão da droga, sem terem conhecimento sobre a origem ou trajeto criminoso da substância ilícita, nem sobre as diligências prévias realizadas.

A decisão judicial também questionou um ofício da Polícia Federal elaborado após o flagrante, apontando que o relatório carecia de precisão nas datas e horários das diligências, além de apresentar um tom memorialístico. Com a absolvição, o piloto teve sua prisão preventiva revogada e encontra-se em liberdade.

A defesa do piloto comemorou a decisão da Justiça, ressaltando que a absolvição confirma a inocência do acusado e a ilegalidade da prisão. O advogado enfatizou que a ausência de provas contundentes e a falha na condução da investigação foram decisivas para a absolvição de seu cliente. Após meses de angústia e incertezas, o piloto finalmente pode retomar sua liberdade.

A absolvição do piloto levantou questionamentos sobre os procedimentos adotados pelas autoridades no combate ao tráfico de drogas e ressaltou a importância de respeitar os direitos fundamentais dos acusados, mesmo em casos delicados como este. A decisão do juiz evidenciou a necessidade de investigações consistentes e respeito aos princípios legais para evitar injustiças e assegurar a garantia dos direitos individuais.