Israel reabre corredor de ajuda humanitária no norte de Gaza

Israel anunciou a reabertura da passagem de Zikim, localizada no Norte da Faixa de Gaza, para permitir a entrada de caminhões com ajuda humanitária fornecida pela ONU e outras organizações internacionais. A passagem será utilizada de forma permanente, juntamente com a de Kerem Shalom, no Sul de Gaza, principal ponto de entrada de suprimentos no território palestino desde o início do conflito. Todo o material humanitário que passar por Zikim será submetido a rigorosos controles de segurança antes de chegar ao destino, conforme divulgado pelo órgão israelense Cogat, responsável pela coordenação de assuntos civis nos territórios palestinos.

A decisão de reabrir a passagem foi tomada após alertas sobre a escassez de alimentos e o agravamento da crise humanitária na região. Agências da ONU vinham pressionando Israel havia meses pela reabertura do acesso, fechado desde 12 de setembro. O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas destacou a dificuldade em levar carregamentos ao Norte de Gaza, uma área especialmente crítica e afetada pela destruição e fome. A reabertura é considerada crucial para acelerar a entrega de suprimentos às populações mais vulneráveis, segundo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários.

Trabalhadores humanitários apontam que as restrições impostas por Israel e os procedimentos de inspeção continuam a dificultar o envio de produtos essenciais. A infraestrutura devastada em Gaza e o risco de saques também contribuem para a dificuldade no transporte interno. O norte de Gaza enfrenta condições de fome generalizada, conforme descrito por uma entidade vinculada à ONU em relatórios anteriores, apesar da negação por parte do Cogat.

Com a reabertura de Zikim, espera-se que o fluxo de ajuda humanitária aumente, beneficiando a população de Gaza. Mesmo com o cessar-fogo em vigor desde outubro, a região continua sob bloqueio por parte de Israel e tem sido alvo de bombardeios. As tensões entre as autoridades israelenses e palestinas persistem, com acusações de desrespeito ao pacto por parte do grupo Hamas e alegações de falta de interesse por parte de Tel Aviv na paz regional.