EUA vai bloquear visto de autoridades como retaliação a 'censura'

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou uma nova política de restrição de vistos contra autoridades estrangeiras envolvidas em alegadas práticas de censura contra cidadãos ou empresas americanas. De acordo com a medida anunciada, as autoridades identificadas como responsáveis por essa censura e até mesmo seus familiares poderão ter a entrada nos Estados Unidos negada. A iniciativa surge como resposta a governos, parlamentos ou cortes estrangeiras que possam interferir ou pressionar plataformas digitais por medidas de moderação, ferindo princípios democráticos.

'Aqueles que violarem as garantias de liberdade de expressão dos americanos enfrentarão restrições de vistos', afirmou Marco Rubio durante o anúncio da medida, na quarta-feira (28). Embora sem citar especificamente o caso do ministro brasileiro Alexandre de Moraes do STF, especialistas acreditam que a nova política pode impactar autoridades do Brasil, como Moraes, que estão sendo acusadas nos Estados Unidos por medidas que poderiam prejudicar cidadãos americanos. A mensagem de Rubio, que foi traduzida para o português e divulgada pela embaixada dos EUA em Brasília, reforça a interpretação de que o aviso também foi direcionado ao Brasil.

Nos últimos meses, o ex-conselheiro de Donald Trump, Jason Miller, mencionou Moraes em suas redes sociais ao abordar a iniciativa do governo americano. O dono da empresa Rumble, Chris Pavlovsky, que está processando Moraes nos EUA, comemorou a medida, destacando-a como uma vitória para a liberdade de expressão. O deputado Eduardo Bolsonaro também se manifestou a favor da restrição de vistos às autoridades estrangeiras envolvidas em censura, ressaltando que no Brasil há uma demanda semelhante por mais liberdade.

Embora a decisão de restringir os vistos das autoridades estrangeiras tenha sido celebrada por alguns, como Eduardo Bolsonaro, outros a consideraram mais amena do que o esperado. Membros do governo brasileiro acreditam que a ação de Rubio pode ter sido genérica e apenas uma forma de agradar à base mais radical do governo americano. Por enquanto, o Itamaraty optou por não se manifestar oficialmente sobre o assunto, mas está mantendo um monitoramento atento da situação. Uma resposta política está sendo planejada pelo governo brasileiro, liderado por Lula da Silva, em caso de possíveis sanções específicas contra o ministro Alexandre de Moraes. Não há previsões de retaliações por parte do Brasil, mas o governo mantém a postura de considerar qualquer tentativa de interferência como "inadmissível" nos assuntos internos do país.