Estados Unidos oferecem anistia a Nicolás Maduro em meio a negociações secretas

Date: Aug 12, 2024
Image title: CARACAS, VENEZUELA - AUGUST 2: President Nicolas Maduro speaks during a press conference after testifying before the electoral chamber at main headquarters of the Supreme Court of Justice (TSJ) on August 2, 2024 at the Miraflores presidential palace in Caracas, Venezuela. Nicolas Maduro was declared as winner of the 2024 presidential election by the National Electoral Council while opposition leader Maria Corina Machado and candidate Edmundo Gonzalez claimed that the final result was not what Venezuelans decided during the election. Maduro requested the Supreme Tribunal of Justice to investigate the election to confirm his victory. (Photo by Jesus Vargas/Getty Images)
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De acordo com informações publicadas no domingo pelo The Wall Street Journal, o governo dos Estados Unidos estaria oferecendo perdão político e garantias de não perseguir Nicolás Maduro em troca de sua saída da Presidência da Venezuela. A anistia também se estenderia aos principais dirigentes do governo venezuelano, segundo o veículo de imprensa, que citou três fontes do governo norte-americano.

As negociações, que estão ocorrendo de forma secreta, possibilitariam a retirada das acusações feitas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos contra Maduro e seus aliados, caso um acordo seja alcançado. O The Wall Street Journal destaca que o governo norte-americano está trabalhando com diversas possibilidades para resolver a situação na Venezuela e que até mesmo o compromisso de não haver extradições poderia ser incluído, desde que haja uma transição pacífica.

Caso essa negociação seja confirmada, representaria uma mudança significativa na postura dos Estados Unidos em relação a Maduro. Atualmente, o país oferece uma recompensa de US$ 15 milhões (cerca de R$ 82,6 milhões) pela captura do ditador, que é acusado de auxiliar traficantes no envio de cocaína para território norte-americano.

A situação política na Venezuela se tornou ainda mais complicada após a eleição realizada em 28 de julho. Enquanto a oposição alega ter vencido a disputa, o Conselho Nacional Eleitoral declarou a vitória de Maduro com 52% dos votos. No entanto, as atas de votação não foram apresentadas, gerando desconfiança e levando manifestantes às ruas para protestar contra um suposto resultado manipulado.

As manifestações foram reprimidas com violência pelas forças de segurança, resultando na morte de dezenas de pessoas, segundo a ONG Provea. Diante desse cenário, diversos países pressionam Maduro a divulgar as atas de votação e questionam a legitimidade do processo eleitoral.

Em relação às negociações secretas dos EUA, uma esperança surge para a oposição venezuelana com a possibilidade de uma anistia para Maduro em troca de uma transição de poder em Caracas. No entanto, o ditador já descartou a possibilidade de negociar com a oposição, destacando que María Corina Machado, uma das líderes opositoras e que lhe ofereceu um salvo-conduto para deixar o poder, deveria buscar um entendimento com a Justiça alinhada ao chavismo.

Enquanto a incerteza paira na Venezuela, as conversas entre os Estados Unidos e Maduro representam uma esperança para os venezuelanos em busca de uma solução pacífica para a crise que assola o país. Resta aguardar os desdobramentos dessa possível negociação e suas consequências para o futuro político da Venezuela.