Ministro da Fazenda defende gratuidade do Pix e critica pressão dos EUA

Date: Jul 25, 2025
Image title: NEW YORK, NEW YORK - SEPTEMBER 19: Fernando Haddad, Minister of Finance of Brazil speaks onstage during The Bloomberg Transition Finance Action Forum at The Plaza Hotel on September 19, 2023 in New York City. (Photo by Bryan Bedder/Getty Images for Bloomberg Philanthropies)
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a resistência do governo brasileiro em taxar o Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, reiterando a postura que vem sendo adotada desde o governo Bolsonaro. Haddad ressaltou que a pressão agora partiu dos Estados Unidos, com a argumentação de que o Pix não deve ser estatal e sim privatizado. Em entrevista à Rádio Itatiaia, o ministro afirmou que a intenção é evitar que a população seja onerada pelos serviços oferecidos pelo Pix.


A discussão sobre a tributação do Pix teve início durante o governo Bolsonaro, quando o então ministro da Economia, Paulo Guedes, propôs a criação de um pequeno imposto sobre transações digitais, negando que se tratasse de uma CPMF. Contudo, o tema não avançou e o ex-secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, deixou o cargo após divergências com o presidente Bolsonaro. Ainda sob o governo Lula, no final de 2024, a fiscalização sobre recursos circulados por bancos digitais e fintechs foi ampliada, sendo alvo de críticas da oposição.


Frente às recentes tensões com os Estados Unidos, Haddad criticou a investigação americana em relação ao Pix, comparando-a a uma possível taxação do sistema. A abertura de investigações pelos EUA, após o anúncio de tarifas sobre produtos brasileiros por Donald Trump no início de julho, levantou suspeitas sobre práticas consideradas prejudiciais ao país norte-americano, incluindo a criação do Pix que concorre com sistemas de pagamento dos EUA.


O ministro da Fazenda ressaltou que o desenvolvimento do Pix foi baseado em tecnologia estatal brasileira e afirmou que a gratuidade do serviço não beneficia apenas os interesses de empresários, mas proporciona vantagens para a população. Haddad ainda destacou que o Pix já é adotado em diversos países sem custos para as nações, questionando quem seria prejudicado caso houvesse cobrança pelo uso do sistema. O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi responsável pelo lançamento do Pix em novembro de 2020.