Lula quer excluir alimentos e Embraer do tarifaço dos EUA

O governo brasileiro, representado pelo vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, está em negociações com os Estados Unidos para tentar excluir alguns produtos da sobretaxa de 50% anunciada por Donald Trump. Alckmin tem dialogado com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, buscando proteger alimentos, como suco de laranja e café, que são importantes para as exportações brasileiras. O Brasil é o maior produtor e exportador de suco de laranja do mundo, com 42% de sua produção destinada aos EUA, e o principal fornecedor de café para o mercado norte-americano.

Além de buscar a exclusão de alimentos, o governo brasileiro também está pleiteando que as aeronaves fabricadas pela empresa Embraer sejam poupadas da sobretaxa, argumentando que a fabricante brasileira importa peças dos EUA. Com a iminência da sobretaxa entrar em vigor a partir de 1º de agosto, o governo brasileiro mantém em segredo seu plano de contingência, que inclui a possibilidade de criação de um fundo privado temporário para facilitar a concessão de crédito a empresas afetadas pelo tarifaço.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Lula ainda não tomou uma decisão sobre a reação do Brasil à sobretaxa americana, aguardando o ato executivo dos EUA com o detalhamento das decisões sobre o comércio bilateral. Haddad ressaltou que o foco do Brasil é manter as negociações com os americanos e que o vice-presidente Alckmin está em constante contato com as autoridades dos EUA. O governo brasileiro espera que as medidas não sejam unilaterais por parte dos Estados Unidos e está buscando resolver a questão através do diálogo.

Com a confirmação de Trump sobre a aplicação das sobretaxas, o Brasil se prepara para lidar com uma das maiores tarifas do mundo caso a medida seja confirmada. A equipe técnica do governo concluiu o desenho geral do plano para proteger as empresas exportadoras e aguarda a aprovação de Lula. O ministro Alckmin elogiou o plano de contingência elaborado, mas reforçou que a prioridade no momento é buscar soluções por meio de negociações institucionais e reservadas.