Carla Zambelli é incluída na lista vermelha da Interpol a pedido do STF

A deputada federal Carla Zambelli, do partido PL-SP, foi incluída na lista de difusão vermelha da Interpol a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Com esta inclusão, a parlamentar pode ser presa em outros países. Anteriormente, a Interpol havia rejeitado dois pedidos de inclusão de membros do bolsonarismo na lista nos últimos anos.

A decisão de incluir Zambelli na lista, bem como determinar sua prisão preventiva e o bloqueio de seus bens, veio em resposta a um pedido da Procuradoria-Geral da República, após a deputada anunciar sua saída do Brasil logo após ser condenada a dez anos de prisão pela Primeira Turma do STF. A Procuradoria ressaltou que o objetivo não é antecipar o cumprimento da pena, mas garantir a aplicação da lei.

A determinação de bloqueio atinge diversas áreas, incluindo passaportes, salário, bens, ativos, contas bancárias, veículos, imóveis, embarcações e aeronaves registradas em nome da parlamentar. Além disso, Moraes ordenou a notificação de diversas redes sociais, como Gettr, Meta, Linkedin, Tik Tok, X, Telegram e YouTube, para a exclusão dos perfis de Zambelli em até duas horas, sob pena de multa diária.

A inclusão de Carla Zambelli na lista de difusão vermelha da Interpol acontece após a organização internacional ter negado nos últimos anos dois pedidos de inclusão de outros simpatizantes do bolsonarismo. A lista vermelha da Interpol é um mecanismo utilizado para difundir a identidade de foragidos da justiça entre os países-membros, buscando colaboração policial.

Os bolsonaristas que foram alvo do STF, como os blogueiros Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, também tiveram pedidos de inclusão na lista vermelha negados. Allan dos Santos, acusado de lavagem de dinheiro, organização criminosa e incitação ao crime, teve sua prisão preventiva decretada em outubro de 2021 por Alexandre de Moraes. Entretanto, a Interpol não o incluiu na lista vermelha por falta de informações sobre o crime de lavagem.

A Interpol informou que não inclui na difusão vermelha pessoas com pedidos de refúgio ou asilo político em outros países. A decisão da Interpol foi comunicada por Fábio Mertens, coordenador-geral de Cooperação Policial Internacional da Polícia Federal, em ofício enviado ao gabinete de Moraes.