Operação visa desarticular esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho

As forças de segurança do Rio de Janeiro deram início a uma nova etapa da Operação Torniquete, com o intuito de desmantelar a "Caixinha do Comando Vermelho", um esquema voltado para a lavagem de dinheiro e financiamento da facção criminosa. Com foco nas comunidades do Complexo do Alemão e da Penha, onde estão concentradas as atividades do grupo, os agentes buscam cumprir 13 mandados de prisão relacionados ao núcleo financeiro da organização criminosa. Um 14º alvo acabou sendo fatalmente atingido em meio a disputas territoriais.

Durante a ação policial, registraram-se confrontos armados, barricadas erguidas por traficantes e até a utilização de óleo nas vias para impedir o avanço de veículos blindados. Em um dos pontos abordados, um trilho de trem foi improvisado como barreira e os policiais precisaram usar um maçarico para abrir caminho. Retroescavadeiras foram mobilizadas para auxiliar no acesso às áreas de interesse.

Além das prisões, também surgiram denúncias de invasão de domicílios por parte dos agentes de segurança. Moradores relataram que seus celulares estavam sendo verificados e suas residências revistadas sem autorização judicial.

O esquema financeiro do Comando Vermelho, conhecido como Caixinha, provém de crimes como roubo de cargas, extorsão e disputas territoriais que afetam diretamente a população. Edgar Alves de Andrade, mais conhecido como Doca ou Urso, de 54 anos, destaca-se como o principal alvo da investigação. Com um extenso histórico criminal, é apontado como responsável por diversas invasões em comunidades cariocas. A operação, embora tenha sido precedida de rumores sobre um possível vazamento, conforme informações circuladas desde a noite anterior, não teve sua eficácia comprometida, segundo o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi. Até o momento, metade dos mandados de prisão já foram cumpridos.