Ministro do Turismo Celso Sabino anuncia saída do cargo após acordo com presidente Lula

O ministro do Turismo, Celso Sabino, comunicou sua saída da pasta ao presidente Lula após um acordo feito na semana passada. Sabino entregou sua carta de demissão hoje, porém permanecerá no cargo mais uma semana, atendendo a um pedido de Lula para acompanhá-lo em uma viagem à Belém, no Pará. A cerimônia de entrega da carta foi uma espécie de aviso prévio, sendo ainda incerta a reversão da situação.

O União Brasil deu um ultimato para que seus filiados antecipassem o desembarque do governo até o final deste mês, sob pena de expulsão em caso de resistência. Sabino, que planeja concorrer a uma vaga no Senado, estava sob pressão para deixar o cargo, resistindo até então. Ele tentou, sem sucesso, reverter a decisão de demissão enquanto buscava o apoio de Lula para suas futuras eleições.

Aliados afirmam que Sabino vinha resistindo à pressão interna, especialmente da bancada na Câmara dos Deputados e do presidente de seu partido, Antonio Rueda. Apesar do pedido de demissão feito hoje, o ministro mantém diálogo com as lideranças de seu partido, sem confirmar totalmente sua saída. A Federação União Brasil anunciou o desembarque do governo durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, atingindo também o ministro do Esporte, André Fufuca.

O Partido Progressista não emitiu uma nova determinação para que Fufuca deixasse o cargo, o que pode permitir a permanência do ministro na pasta. A decisão do União Brasil foi motivada por denúncias contra Rueda, líder da sigla, que negou as acusações de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital. Integrantes do União veem influência do Planalto nessas acusações, reforçando a percepção de um uso político para desgastar a imagem de lideranças opositoras ao atual governo.