Gilmar Mendes anula condenações de José Dirceu na Lava-Jato

Date: Oct 29, 2024
Image title: BRASILIA, BRAZIL - JUNE 09: Superior Electoral Court President Gilmar Mendes attends a court session on June 9, 2017 in Brasilia, Brazil, The court is deciding whether to annul President Michel Temer's presidency due to allegations of illegal campaign contributions in 2014. (Photo by Igo Estrela/Getty Images)
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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu anular as condenações do ex-ministro José Dirceu no âmbito da Operação Lava-Jato. A anulação foi fundamentada na suspeição do ex-juiz Sérgio Moro, o mesmo entendimento aplicado anteriormente em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão de Mendes deixa Dirceu livre de impedimentos judiciais para uma eventual candidatura, estendendo também a invalidade de condenações em outros tribunais oriundas das determinações de Moro. A sentença, datada da última segunda-feira, foi proferida em sigilo a pedido da defesa de Dirceu.


Segundo Gilmar Mendes, as denúncias feitas pela Lava-Jato contra Dirceu foram utilizadas como "ensaio" para acusações posteriormente feitas contra Lula, justificando assim a extensão da suspeição do ex-juiz. A decisão teve base no pedido da defesa de Dirceu para que ele fosse beneficiado pela mesma decisão da Segunda Turma do STF, que apontou a parcialidade de Moro no caso do tríplex do Guarujá. A defesa argumentou que a condenação de Dirceu fez parte de uma estratégia dos procuradores em conluio com Moro para fragilizá-lo, assim como ao Partido dos Trabalhadores (PT).


Mendes reforçou que Moro agiu com parcialidade ao interferir nas investigações, monitorando as ações de Dirceu e seus advogados, desrespeitando a inviolabilidade do sigilo profissional. O ministro já havia ampliado a suspeição de Moro para todos os processos relacionados a Lula em 2021. Nessa decisão mais recente, Gilmar Mendes afirmou que os elementos que levaram à suspeição de Moro nos processos contra Lula também se aplicam a José Dirceu. A defesa de Dirceu celebrou a decisão, alegando que ela restitui os direitos políticos do ex-ministro e evidencia a quebra de imparcialidade nas ações judiciais da operação Lava-Jato.