Senadores do MDB são indiciados por corrupção e lavagem de dinheiro

Date: Sep 20, 2024
Image title: BRASILIA, BRAZIL - MAY 11: Brazilian Senate President Renan Calheiros atttends a special session in the Brazilian Senate to vote on whether to accept impeachment charges against embattled Brazilian President Dilma Rousseff on May 11, 2016 in Brasilia, Brazil. A loss for Rousseff could force her to step down from the presidency for 180 days and face trial on charges of allegedly manipulating government accounts. (Photo by Igo Estrela/Getty Images)
Image credit: Igo Estrela - 2016 Getty Images
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A Polícia Federal indiciou os senadores Eduardo Braga, líder do MDB no Senado, Renan Calheiros (foto) e o ex-senador Romero Jucá pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O inquérito, desdobramento da Operação Lava Jato aberto em 2018, acusa os políticos de favorecerem o antigo grupo Hypermarcas, atual Hypera Pharma, em troca de propina. Segundo a investigação, a empresa teria pago cerca de R$ 20 milhões aos senadores por meio do empresário Milton Lyra.


De acordo com o relatório final do inquérito, os senadores teriam atuado em prol da Hypermarcas em um projeto de lei sobre incentivos fiscais a empresas. Além disso, Renan Calheiros teria indicado um nome para a diretoria da Anvisa, visando beneficiar o grupo empresarial dentro da agência. A investigação aponta que não houve prestação efetiva de serviços das empresas que receberam os pagamentos e que os senadores realizaram atos em favor da empresa.


A parte da investigação relativa a Romero Jucá foi entregue à Justiça Federal do Distrito Federal, porque o ex-senador não possui mais foro privilegiado. O relatório da PF foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, sob sigilo, e agora está sendo analisado pela Procuradoria-Geral da República. O empresário Milton Lyra, apontado como lobista intermediário do MDB, também foi indiciado por lavagem de dinheiro.


A defesa de Eduardo Braga negou as acusações, afirmando que o parlamentar não teve contato com o delator e que as declarações são baseadas em "ouvir dizer". Já a defesa de Romero Jucá repudiou o indiciamento, alegando que ele colaborou com as investigações e que as acusações são uma tentativa de criminalizar a política. A Hypera Pharma declarou que encerrou investigações internas em 2020, referentes a irregularidades entre 2013 e 2015, mediante acordo de leniência em 2022.