Trama golpista: depoimentos e controvérsias no começo do segundo dia

Date: Jun 10, 2025
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O ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, em depoimento ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, negou ter visto documentos sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado e rejeitou ter disponibilizado tropas para Jair Bolsonaro. Durante a reunião com Bolsonaro, Garnier admitiu encontros nos dias 7 e 14 de dezembro, nos quais foram discutidos diversos temas. Este último encontro, em particular, foi breve e encerrado de forma inusitada, segundo o ex-comandante da Marinha.


Na presença do então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e dos comandantes do Exército e da Aeronáutica, Garnier declarou que não houve apresentação de documentos durante a reunião de 14 de dezembro. No entanto, o brigadeiro Baptista Júnior mencionou a possível existência de um documento golpista nesse encontro. A leitura desse trecho pelo ministro Moraes gerou controvérsia, com Garnier afirmando não se recordar das informações.


Questionado sobre a reunião do dia 7 de dezembro, na qual teriam sido discutidas medidas de segurança, Garnier esclareceu que o principal assunto tratado era a preocupação do presidente com possíveis manifestações que poderiam afetar a segurança pública. Além disso, o ex-comandante da Marinha mencionou uma apresentação sobre considerações que poderiam levar à decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nesse encontro.


Em relação às acusações de adesão a propostas golpistas e colocação de tropas à disposição de Bolsonaro, Garnier negou veementemente ter tomado tais medidas, discordando de declarações atribuídas ao general Freire Gomes. Segundo a Procuradoria-Geral da República, membros de uma suposta organização criminosa direcionaram ofensas a Freire Gomes e Baptista Júnior, que se opuseram à ruptura institucional. Já Garnier foi elogiado pelos integrantes do grupo.


O interrogatório dos réus, comandado pelo ministro Alexandre de Moraes, continua, com a próxima etapa a cargo do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Posteriormente, as defesas dos réus terão a oportunidade de questionar os depoimentos. Garnier foi o terceiro a ser interrogado, seguindo-se a Mauro Cid e ao deputado Alexandre Ramagem. A expectativa é de que Bolsonaro seja o próximo a prestar depoimento, podendo ocorrer ainda hoje.