Juíza é demitida por uso de sentenças idênticas em processos no Rio Grande do Sul

Date: Jul 14, 2025
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Uma juíza de 39 anos, Angélica Chamon Layoun, foi demitida após uma investigação constatar que ela teria utilizado sentenças iguais em aproximadamente 2 mil processos cíveis para aumentar sua produtividade. A magistrada, que atuava na comarca de Cachoeira do Sul, foi empossada em julho de 2022 e estava afastada desde setembro de 2023 devido à apuração disciplinar. A demissão foi assinada na semana passada pelo desembargador Alberto Delgado Neto, presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS). A medida foi tomada pelo Órgão Especial do TJ-RS em fevereiro e confirmada em maio deste ano, quando o processo administrativo disciplinar (PAD) transitou em julgado.

Além de utilizar sentenças idênticas, o PAD apontou que Angélica Chamon Layoun teria desarquivado processos já julgados para reproduzir as mesmas decisões, a fim de computar "novos julgamentos". A denúncia de "despachos em massa" iniciou quando a juíza tinha apenas um ano na função. O advogado da magistrada demitida, Nilson de Oliveira Rodrigues, ajuizou um pedido de revisão disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), alegando que a demissão foi "desproporcional e carente de prova de dolo ou má-fé, elementos indispensáveis à configuração de falta funcional gravíssima".

Angélica Chamon Layoun iniciou sua carreira como juíza em Pernambuco, onde atuou por quase seis anos, antes de ser aprovada em um novo concurso e mudar-se para o Rio Grande do Sul. Segundo o defensor da juíza, ela foi designada para uma vara cível com grande passivo processual e sem estrutura adequada de rotinas, o que teria levado a magistrada a buscar corrigir falhas operacionais e promover melhorias administrativas, enfrentando resistências internas que resultaram no processo disciplinar.