FGV: extrema pobreza no Brasil cai pela metade em 2 anos

Date: Jul 10, 2024
Image title: RIO DE JANEIRO, BRAZIL - JULY 24: Kids play soccer by open sewage amidst the rubble of destroyed homes in the Metro-Mangueira community, or 'favela', located approximately 750 meters from Maracana stadium, on July 24, 2015 in Rio de Janeiro, Brazil. Maracana will be the site of the opening ceremonies of the Rio 2016 Olympic Games and was the site of the 2014 World Cup final. The homes were thought to have been knocked down for a parking lot for the stadium, though that has not been built. At its peak the 'favela' housed around 700 families. Evictions and demolitions continue in the area and have occurred in numerous other Rio communities with tangential links to the global sporting events. August 5 marks the one-year mark to the start of the Rio 2016 Olympic Games. (Photo by Mario Tama/Getty Images)
Image credit: Mario Tama - 2015 Getty Images
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Segundo um novo estudo realizado pelo Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste, da FGV IBRE (Fundação Getulio Vargas - Instituto Brasileiro de Economia), o Brasil experimentou uma queda significativa na extrema pobreza ao longo dos últimos dois anos. A extrema pobreza teria recuado pela metade no país durante esse período, principalmente na região nordeste, onde se encontra a maior parte da população pobre.

Em 2021, o Brasil contava com aproximadamente 19.200.870 pessoas vivendo em situação de extrema pobreza, com um rendimento mensal inferior a R$ 209. Essa população representava quase 10% da população total do país e havia experimentado um crescimento durante a pandemia de COVID-19. No entanto, segundo o levantamento realizado pelo FGV IBRE, o número de pessoas em extrema pobreza caiu para 9.672.217 em 2023, representando uma redução de 50% em relação aos dados de 2021.


Diversos fatores contribuíram para essa queda na extrema pobreza. O investimento em políticas de transferência de renda, como o Auxílio Emergencial e o aumento do Bolsa Família, foi considerado o fator mais importante pelo estudo. Além disso, outros fatores, como o crescimento econômico, o retorno do turismo e um período com chuvas mais frequentes também contribuíram para essa melhoria.

Metade dos brasileiros que deixaram a extrema pobreza durante esse período vivem no nordeste. Além disso, esses indivíduos também se beneficiaram da valorização do salário mínimo e da melhoria geral da economia.

Os estados com as maiores quedas na faixa mais pobre foram o Rio Grande do Norte (56,9%), Paraíba (55,1%) e Pernambuco (51,7%). Ainda assim, a região nordeste continua com mais de cinco milhões e meio de pessoas em situação de extrema pobreza, o equivalente a 9% da população local.

O estudo também revelou uma queda no número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, embora em um percentual menor. Em 2021, havia 78.384.367 brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza, enquanto esse número caiu para 60.406.051 em 2023. Essas pessoas têm um rendimento mensal máximo de R$ 667. Novamente, o nordeste foi a região com o maior avanço total, com 5.441.765 pessoas saindo da linha da pobreza.